terça-feira, 12 de junho de 2007


União empresa-IES-governo
IES portuguesa inova criando consultoria de Educação Corporativa

Publicado em 21/03/2007 - 00:50

"O desenvolvimento das competências profissionais é foco das empresas modernas hoje e a tendência é que o aprendizado se torne o processo mais importante para o negócio da empresa, esteja no centro dela", afirmou Kira Tarapanof, pesquisadora do MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior), que veio acrescentar o seu conhecimento na palestra sobre as tendências da Educação Corporativa no Brasil.



Ela explica que a empresa deve investir na formação de seus funcionários porque precisa dessas competências críticas únicas relativas especificamente ao seu negócio. Fazendo uma retrospectiva histórica, as empresas corporativas surgiram, inicialmente, nos EUA, nos anos 50. Mas, de lá pra cá, evoluíram da área de produção para a de tomada de decisão. Ou seja: se antes o público da empresa que recebia treinamento eram os técnicos, hoje a maioria são os executivos responsáveis por pensar as estratégias das empresas. A partir da década de 80 é que houve um boom de Universidades Corporativas nas Empresas, sendo que, de 1988 para 2007, o número dela cresceu de 400 para 2 mil só nos EUA.



No Brasil, há hoje cerca de 100 - é o país com maior número de empresas que investem na educação de seus funcionários na América Latina. Entre as corporações que se destacam estão TV Globo (pioneira), Accor, Hospital Albert Einstein, Petrobrás, Xerox, CEF, Embratel, Kroft, Sadia, Siemens, Volkswagen. Há uma diversidade de atividades e níveis educacionais que cada uma delas desenvolve, 10% delas, inclusive, atendem clientes externos, ou seja: é uma Unidade de Negócios dentro daquele empresa que vai além dela própria. Mas todas têm uma característica em comum: a ligação com a estratégia e o alinhamento com a gestão do conhecimento.



Vale esclarecer que o nome "Universidade Corporativa" diz respeito a uma estrutura de ensino inspirada na das universidades, mas nada tem de "oficial", não serve necessariamente como uma graduação, ou pós-graduação. E não necessariamente tem parceria com as universidades tradicionais."É um nome usado até como marketing. Na verdade podem ser chamadas de Institutos ou Academias de aprendizagem", explica Tarapanof.
Ela, no entanto, destaca a oportunidade que se abre aí para IES e governo. "Só por meio da união de empresa, governo e academia é possível gerar inovação. Cada um entra com uma função: governo normalizando o ensino, a universidade acadêmica com o seu conhecimento insubstituível e a empresa com a necessidade específica. E todos poderiam ganhar com isso", afirma.



Já há, no País, parcerias entre universidades e empresas na geração de conteúdo e fornecimento de profissionais, como faz o CDT da UnB (Centro de Desenvolvimento Tecnológica da Universidade de Brasília), a FIA, da USP, a FGV, entre outras. Mas nada estruturado e construído em conjunto. Tarapanof cita o case da Universidade Fernando Pessoa, em Portugal, que criou uma consultoria especializada em Educação Corporativa. Ela estuda as empresa e identifica as lacunas onde pode entrar, oferecendo, então seus serviços. "Hoje, no Brasil, em geral é a empresa que procura a academia para parcerias, o contrário raramente acontece. A academia tem de se tornar mais empreendedora".

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